segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Operações contra o tráfico de drogas na região do Sul e Costa Verde do Rio tem pelo menos 30 pessoas presas e três menores apreendidos pela polícia


Operações Kautar e Cana Brava acontecem em Angra dos Reis, Barra Mansa e Volta Redonda. Cerca de 150 policiais estão nas ruas desde às 5h desta segunda-feira.

VOLTA REDONDA - Pelo menos 30 pessoas foram presas e três adolescentes foram apreendidos em duas operações contra o tráfico de drogas que estão sendo realizadas pela Polícia Civil na manhã desta segunda-feira (19) em Volta Redonda, Barra Mansa e Angra dos Reis (RJ). As duas ações têm como objetivo acabar com uma quadrilha que atua no Sul do Rio.

Em uma das ações, que recebeu o nome de Kautar e conta com o apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), foram expedidos 88 mandados de prisão e seis de busca e apreensão contra adolescentes, além de 91 de busca e apreensão em endereços dos alvos da operação. Outros dez mandados de prisão, que já estavam em aberto por outros crimes, também estão sendo cumpridos.

Até a última atualização desta reportagem, 27 procurados desta operação tinham sido presos e três adolescentes apreendidos — outras três pessoas foram presas em flagrante. A operação Kautar também apreendeu drogas, caderno de contabilidade do tráfico, rádios comunicadores, munições e dinheiro em espécie. Um dos alvos foi encontrado com R$ 9 mil.

Na outra operação, que recebeu o nome de Cana Brava e está sendo realizada apenas por policiais civis, foram expedidos 13 mandados de prisão e seis de busca e apreensão em Barra Mansa, Angra dos Reis e Volta Redonda. Até a última atualização passada pela polícia, dois mandados de prisão, contra alvos que já estavam presos, foram cumpridos. A polícia também cumpriu seis mandados de busca e apreensão, sendo quatro em Angra e dois em Barra Mansa.

Cerca de 150 policiais civis e 70 viaturas participam da operação, que conta com o apoio dos 4⁰, 5° e 7⁰ Departamento de Polícia de Área (DPA), além do Departamento-Geral de Polícia da Capital (DGPC), do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).

Investigações

Segundo a Polícia Civil, as investigações apontaram que os suspeitos de integrarem a quadrilha ordenaram que alguns moradores do Jardim Belmonte, Vale do Paraíba e Padre Josimo, bairros que ficam entre Barra Mansa e Volta Redonda, ocupassem áreas no entorno dessas regiões com o objetivo de "criar uma barreira que impediria ou retardaria a entrada de policiais nas comunidades".

Ainda de acordo com a polícia, "os moradores que invadiam as regiões eram escolhidos e alinhados com a organização criminosa e deveriam construir barracos visando passar a imagem de que já havia pessoas ocupando a área".

Áreas indicadas pelas setas amarelas deveriam ser invadidas pelos moradores
Foto: Divulgação/Polícia Civil

As investigações também dão conta de que os suspeitos cogitavam invadir outros bairros e, para isso, estavam comprando fuzis e granadas.

No bairro Jardim Belmonte, em Volta Redonda, drones da polícia captaram imagens que mostram homens fortemente armados traficando ao lado da Escola Estadual Acácia Amarela.

A Polícia Civil informou que, entre 2020 e 2021, a quadrilha movimentou cerca de 350kg de cocaína, um lucro de aproximadamente R$ 20 milhões para o tráfico. Após misturar com os produtos, a droga renderia 1 tonelada.

Grupo contava com advogada

De acordo com as investigações, a organização criminosa contava com uma advogada, que segundo a Polícia Civil, exercia a função de "braço jurídico da facção".

A função dela era ir à delegacia a mando do chefe do tráfico de drogas "para coagir ou impedir que presos ou testemunhas revelassem alguma informação que poderia ir de encontro aos interesses da facção".

Quadrilha expulsou família de policial penal

Segundo a Polícia Civil, a quadrilha foi responsável por expulsar a família de um policial penal do estado de São Paulo, no fim de novembro deste ano.

Na ocasião, o policial trocou tiros com traficantes do bairro Jardim Belmonte para defender um irmão. A família teve a casa incendiada e precisou deixar o bairro.

Via: G1

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